Como advogados podem escrever artigos? [Guia completo]

Aprenda como a argumentação em artigos de opinião pode fortalecer sua autoridade e integrar sua estratégia de assessoria de imprensa para advogados

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Amanda de Sordi, coordenadora da Gandini Comunicação Jurídica

7/9/202515 min read

Advogado digitando em notebook
Advogado digitando em notebook

A argumentação em artigos de opinião é uma das habilidades mais estratégicas que advogados podem desenvolver fora dos autos. Saber estruturar ideias, formular uma tese clara e sustentar argumentos sólidos permite que profissionais do Direito se comuniquem com públicos diversos de forma eficaz e acessível.

Essa competência tem ganhado espaço em ações de marketing para advogados, especialmente no campo do marketing digital jurídico. Artigos publicados em veículos especializados da imprensa ampliam a visibilidade, fortalecem a autoridade e posicionam o autor como referência em sua área de atuação.

Uma boa agência de assessoria de imprensa para advogados deve ter uma equipe com a expertise para escrever artigos em nome dos sócios de escritório. Contudo, há muitos advogados que preferem um conteúdo mais autoral de modo que a agência apenas se limite a sugerir edição do conteúdo que aumente o apelo junto aos jornalistas.

É por conta disso que trazemos esse guia completo voltado à compreensão das bases da retórica e sobre como saber aplicá-las à escrita jurídica é um diferencial cada vez mais valorizado.

O artigo de opinião é um espaço para demonstrar raciocínio jurídico, domínio de linguagem e compromisso com o esclarecimento público. Esse também é o filtro dos jornalistas quando avaliam se irão publicar um texto ou não.

Continue lendo e entenda melhor.

Os artigos e a arte de argumentar

A habilidade de argumentar não se limita aos tribunais. Profissionais do direito que conseguem se expressar com clareza em artigos de opinião constroem uma imagem mais sólida no mercado e alcançam públicos diversos.

Vamos explicar isso por meio de alguns pontos. Veja logo abaixo.

O valor da opinião!

Um texto bem elaborado não é apenas uma demonstração de conhecimento técnico, mas uma ferramenta estratégica para a carreira jurídica. Os advogados que dominam a escrita têm uma vantagem competitiva imensa, pois cada palavra bem escolhida reflete profissionalismo, confiança e competência.

No Direito, a precisão é fundamental. Uma vírgula mal posicionada pode mudar o significado de uma sentença; uma expressão inadequada pode comprometer todo um argumento. Portanto, o domínio da escrita não é mera questão de habilidade técnica, mas um diferencial estratégico que pode definir sua reputação.

De acordo com pesquisas, dois dos fatores que mais pesam na escolha de uma banca são a reputação e o bom relacionamento com os sócios. Assim, a imagem profissional vai além da estética visual, refere-se fundamentalmente à soma da competência, da ética e dos valores que você projeta ao público.

A influência pública e o marketing jurídico

O marketing jurídico é essencial no exercício da advocacia moderna, desde que respeitados os limites determinados pelo Código de Ética e Disciplina da OAB. Longe de ser uma simples propaganda, é uma ferramenta que proporciona novas oportunidades.

Nesse contexto, o marketing de conteúdo funciona como uma ponte entre o marketing e a advocacia. É através dele que o profissional captura a atenção de possíveis clientes, enquanto gradualmente se estabelece como autoridade nos assuntos abordados.

O processo forma uma cadeia de ações: você produz conteúdo acessível, uma pessoa o encontra durante uma pesquisa, adquire informação, desenvolve confiança e, finalmente, chega até você.

Comunicação para o público leigo e a mídia

Muitos advogados evitam contato com a imprensa por receio de prejudicar casos em andamento, sofrer represálias ou violar o sigilo profissional. No entanto, a comunicação com a mídia é importante para levar letramento jurídico ao público leigo.

Um dos maiores equívocos dos profissionais do Direito é acreditar que falar difícil transmite mais autoridade. Na verdade, a comunicação eficaz é aquela compreendida por todos os interlocutores, sem perder a precisão técnica.

Ao nos comunicarmos, especialmente com o público não especializado, devemos:

Traduzir termos técnicos em linguagem simples

Evitar jargões desnecessários
Usar exemplos do cotidiano para ilustrar conceitos jurídicos

Em um período de disseminação de fake news, os advogados desempenham papel fundamental no esclarecimento de dúvidas, ajudando a prevenir julgamentos precipitados e combater desinformação. Ao explicar decisões judiciais, leis e procedimentos de maneira acessível, contribuímos para desmistificar o sistema jurídico.

Para aprimorar essa comunicação, investir em media training e assessoria de imprensa especializada pode fazer toda a diferença. Afinal, a comunicação assertiva não só reforça a credibilidade e o conhecimento público da sua marca, como contribui para uma sociedade mais esclarecida.

O que é a argumentação retórica?

A retórica nasceu muito antes das modernas técnicas de persuasão que conhecemos hoje. Seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado ao Direito e à argumentação jurídica, criando uma base que todo advogado precisa conhecer para aprimorar seus artigos de opinião.

Da Grécia Antiga ao Direito moderno: a origem da retórica

A retórica surgiu no século V a.C. na Sicília, quando proprietários de terras, após a queda da tirania, precisaram defender seus direitos de propriedade diante de júris populares. Assim, sua origem não foi literária, mas essencialmente judiciária. Este nascimento marcou o início de uma relação indissolúvel entre Direito e retórica.

Os processos eram conduzidos perante grandes júris populares, onde a eloquência era fundamental para convencer sobre a justiça do pedido. Esta necessidade fez surgir os primeiros "retores", especialistas que ofereciam seus serviços para ajudar os cidadãos a defenderem seus direitos nos tribunais.

O desenvolvimento da retórica ganhou força quando a democracia substituiu a monarquia e oligarquia nas grandes cidades gregas. Dois princípios básicos orientavam essa democracia: a isonomia (direitos iguais) e a isegoria (direito a voz e voto), fazendo da argumentação persuasiva uma ferramenta essencial para a participação na vida pública.

A importância de Aristóteles e a ideia de persuasão como técnica

Embora outros pensadores tenham contribuído para o estudo da retórica, foi Aristóteles quem a sistematizou como disciplina em sua obra "Arte Retórica". Ele definiu a retórica como "a capacidade de descobrir o que é adequado a cada caso com o fim de persuadir", elevando-a ao status de arte prática.

Diferentemente de Platão, que via a retórica com desconfiança, Aristóteles reconheceu sua importância, especialmente para assuntos humanos que não admitem juízos definitivos de verdade ou falsidade. Ele percebeu que em campos como o Direito, raramente temos acesso à verdade plena dos fatos, tornando necessário o uso de premissas e do verossímil.

Aristóteles identificou três tipos de discursos: o deliberativo (sobre ações futuras), o judiciário (sobre ações passadas) e o epidíctico (elogios ou críticas). Esta classificação permanece relevante na prática jurídica contemporânea, especialmente para advogados que escrevem artigos de opinião.

A tríade retórica: ethos, pathos e logos

O sistema aristotélico de persuasão baseia-se em três pilares fundamentais:

  1. Ethos: relaciona-se à credibilidade e ao caráter do orador. É a imagem que construímos perante o público, baseada em integridade, competência e valores morais. No contexto jurídico, refere-se à autoridade e à confiabilidade que transmitimos em nossos textos.

  2. Pathos: envolve a conexão emocional com o público. Refere-se à capacidade de evocar sentimentos específicos que possam influenciar o julgamento do leitor. Um advogado que conhece bem o pathos sabe como tocar nos valores e preocupações de seu público.

  3. Logos: representa a estrutura lógica da argumentação, o uso da razão e do raciocínio para construir argumentos convincentes. É o aspecto mais valorizado tradicionalmente no meio jurídico, embora não deva ser o único.

Como cada pilar influencia a construção da credibilidade

Cada elemento da tríade retórica desempenha papel fundamental na construção de artigos jurídicos persuasivos:

O ethos estabelece sua autoridade como profissional do Direito. Um artigo demonstra ethos quando apresenta conhecimento profundo sobre o tema, mantém postura ética e estabelece conexão com o leitor. Advogados com forte ethos conseguem que seus argumentos sejam considerados mesmo antes de serem completamente expostos.

O pathos cria vínculo com o leitor e torna seu texto memorável. É particularmente valioso quando trabalhamos com temas controversos, pois permite alcançar o público em nível emocional. Contudo, seu uso deve ser equilibrado, evitando o apelo excessivo às emoções.

O logos fornece o fundamento racional que todo texto jurídico precisa. Inclui a apresentação de dados, estatísticas e precedentes organizados em estrutura lógica. No Direito, o logos frequentemente envolve o uso de silogismos (premissas gerais que levam a conclusões específicas).

A persuasão mais eficaz em artigos de opinião jurídicos ocorre quando harmonizamos estes três elementos. Um advogado que domina essa tríade consegue não apenas informar, mas também convencer e inspirar ação, transformando seus textos em ferramentas poderosas de influência profissional.

Como aplicar as técnicas de retórica aristotélica

Dominar a tríade aristotélica nos artigos de opinião jurídicos requer prática e estratégia. Veremos agora como transformar estes conceitos teóricos em ferramentas práticas de argumentação em artigos de opinião. Continue lendo e entenda melhor.

Ethos: construa credibilidade

O ethos na advocacia vai além da formação acadêmica, relaciona-se à imagem que você projeta através do seu texto. Para construir credibilidade, demonstre conhecimento técnico sem parecer arrogante. Apresente seu domínio jurídico de forma que transmita confiança e integridade.

Lembre-se que a credibilidade não vem apenas do que você diz, mas também de como diz. O ethos funciona por empatia e identificação: seu leitor adere ao seu discurso quando se identifica com você como autor.

Autoridade, coerência e tom ético

A autoridade em textos jurídicos frequentemente se apoia na institucionalização. Os leitores consideram: "Este autor é especialista no assunto?". Por isso, mantenha coerência entre sua especialidade e os temas abordados.

O tom ético é fundamental, pois a retórica aristotélica não se limita a estudos técnicos de encadeamentos fraseológicos, ela apresenta também um forte sentido ético-social. Ao escrever, busque o que Aristóteles chamava de phronesis (sabedoria), arete (virtude) e eunoia (benevolência).

Pathos: conecte-se com emoções

O pathos envolve despertar emoções no público. Aristóteles já observava que "persuade-se pela disposição dos ouvintes quando estes são levados a sentir emoção por meio do discurso". Nos artigos jurídicos, isso significa reconhecer que as decisões não são puramente racionais.

Para usar o pathos efetivamente, considere:

As características do seu público-alvo

Quais emoções são mais relevantes para seu tema
Como construir narrativas que ressoem emocionalmente

O uso de linguagem sensível, exemplos reais e empatia

A linguagem sensível humaniza questões jurídicas abstratas. Ao descrever cenários com detalhes, você cria imagens mentais que ressoam com o leitor. Histórias reais geram mais impacto que argumentos puramente técnicos.

A empatia não é apenas um valor humano, mas uma estratégia retórica poderosa. Ao demonstrar que compreende as preocupações do público, você cria um vínculo que fortalece seu argumento. Entretanto, equilibre o apelo emocional para não cair no excesso de pathos.

Logos: argumente com lógica

O logos está diretamente relacionado à dimensão da racionalidade. É a "prova proposicional" que fundamenta suas conclusões e teses. Em artigos jurídicos, o logos se manifesta principalmente através da evidência factual.

Para fortalecer o logos, utilize dados estatísticos, exemplos concretos e argumentos baseados na estrutura do real: aquilo que o auditório acredita serem fatos, verdades ou presunções.

Estrutura clara, uso de dados, precedentes e comparações

A estrutura do seu artigo deve seguir uma progressão lógica. Comece com a apresentação do problema, siga com evidências concretas e termine com conclusões lógicas. Isso permite que o leitor acompanhe seu raciocínio com facilidade.

Utilize documentos oficiais, legislações e estudos especializados como base. Ademais, explore os três tipos de argumentos: quase-lógicos (que se assemelham aos raciocínios formais), fundados sobre a estrutura do real (baseados nas crenças do auditório) e os que fundam a estrutura do real (que estabelecem generalizações a partir de casos particulares).

Cuidado com as falácias: o que enfraquece sua argumentação

Mesmo os advogados mais experientes podem cair em armadilhas argumentativas que comprometem a força de seus artigos jurídicos. Conhecer estas armadilhas é essencial para quem deseja criar textos verdadeiramente persuasivos.

O que são falácias argumentativas

Falácias são defeitos que enfraquecem os argumentos e prejudicam sua credibilidade. São raciocínios incorretos que, embora persuasivos à primeira vista, revelam-se inconsistentes quando analisados rigorosamente. No direito, o caráter persuasivo do discurso jurídico torna inevitável a presença destas falácias, que tentam impor conclusões não derivadas logicamente.

Argumentum ad hominem

O argumentum ad hominem ocorre quando se ataca a pessoa que apresenta um argumento, em vez de analisar o conteúdo deste. Esta falácia desvia a discussão do mérito para características pessoais do interlocutor. No meio jurídico, encontramos três tipos principais:

Ad hominem abusivo: ataque direto ao caráter da pessoa ("Como um estagiário, você não tem autoridade para opinar sobre este caso")

Ad hominem circunstancial: sugere parcialidade baseada em interesses pessoais ("Você defende essa tese só porque sua família vende adoçantes")

Tu quoque: aponta contradição entre o argumento e as ações da pessoa ("Você fala sobre ética, mas sua carreira está cheia de casos questionáveis")

Falsa causa

Acontece quando se estabelece erroneamente uma conexão causal entre eventos. O senso comum nos induz a acreditar que um acontecimento é causa de outro simplesmente porque o precede temporalmente. Esta falácia é muito usada no direito para dar verossimilhança às provas indiciárias.

Apelo à autoridade sem base

O argumentum ad verecundiam ocorre quando se sustenta uma opinião baseando-se exclusivamente no prestígio de certa autoridade, sem analisar seus argumentos. Embora possa ser legítimo em alguns casos, torna-se falacioso quando usado para encerrar debates sem análise crítica.

Generalizações apressadas

Esta falácia acontece quando se chega a conclusões baseadas em amostras inadequadas ou não representativas. Um exemplo comum no direito é quando um advogado conclui que "todos os juízes são tendenciosos" após perder alguns casos específicos.

Apelo à emoção descontrolada (excesso de pathos)

Enquanto o pathos controlado fortalece argumentos, seu uso excessivo pode desviar o foco das questões centrais. Esta falácia ocorre quando, em vez de argumentar logicamente, apela-se primordialmente à piedade ou às emoções do interlocutor.

Como evitá-las: releitura crítica e feedback externo

Para evitar falácias, faça uma releitura crítica de seus textos e busque feedback de colegas. Ademais, estude casos práticos onde falácias enfraqueceram argumentos jurídicos. A autocrítica e o conhecimento aprofundado do tema são essenciais para construir argumentos sólidos em seus artigos de opinião.

Outros teóricos da retórica que todo advogado deveria conhecer

Para além de Aristóteles, outros pensadores desenvolveram teorias retóricas que complementam o arsenal argumentativo do advogado moderno. Conhecê-los amplia significativamente nossa capacidade de persuasão em artigos de opinião.

Cícero: retórica como ferramenta política

Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.), renomado advogado romano, elevou a retórica a instrumento político essencial. Seus tratados mais importantes foram escritos em 46 a.C.: "Do Orador" e "Brutus".. Como defensor da república, Cícero identificou três elementos fundamentais da arte retórica: dons naturais, técnica e prática.

Ele também sistematizou as partes do discurso: inventio (argumentos), dispositio (ordem), elocutio (ornamentação), memoria (memorização) e actio (gesticulação e dicção). Sua influência permanece viva nos discursos advocatícios contemporâneos.

Quintiliano: o ideal do orador íntegro

Quintiliano (35-95 d.C.) sintetizou o pensamento ciceroniano em sua obra "Instituição Oratória", apresentando a retórica como disciplina central na formação do cidadão. Para ele, o orador perfeito deveria ser, primeiramente, um homem bom.

Contrário ao excesso de fórmulas, Quintiliano defendia que o orador necessitava de formação integral: não apenas intelectual, mas também moral. Segundo ele, o talento deveria incorporar elementos formais e aprender com a aptidão alheia, reelaborando-os em sua própria preleção.

Chaïm Perelman e a nova retórica

No século XX, Perelman (1912-1984) revolucionou o estudo da argumentação ao propor a Nova Retórica. Nascido na Polônia e radicado na Bélgica, ele ampliou o campo da razão para além das ciências dedutivas e empíricas.

Diferentemente da lógica formal que exige necessidade e verdades absolutas, a Nova Retórica trabalha com:

O plausível e o provável

A adesão dos indivíduos

A adaptação ao auditório

Persuasão em contextos onde não há verdade absoluta

Perelman destacou a importância da argumentação em campos onde inexistem verdades absolutas, como o Direito. Ele estabeleceu que a força dos argumentos depende do auditório e da ocasião, sendo variável conforme o contexto.

Para ele, "o real comporta não apenas os fatos, mas também as presunções e os valores". Assim, na advocacia, enfrentamos frequentemente teses opostas que demandam argumentação retórica eficaz.

Kenneth Burke: a retórica como identificação

Por fim, Burke trouxe a visão da retórica como identificação: processo em que o orador estabelece pontos em comum com o público para facilitar a persuasão. Esta abordagem é particularmente valiosa para advogados que escrevem artigos de opinião visando conquistar a confiança de potenciais clientes.

Entenda a estrutura!

Todo artigo começa pela atenção. Um bom gancho pode vir de um dado surpreendente, uma pergunta provocativa ou um caso emblemático. É a primeira oportunidade de mostrar que vale a pena continuar lendo.

Logo após o gancho, é hora de apresentar a tese. O leitor precisa saber, sem rodeios, qual é o ponto de vista do autor. Essa clareza inicial define a qualidade de todo o texto.

A introdução deve criar contexto, apontar o problema e indicar a posição que será defendida. Não precisa ser longa, mas deve ser firme e estratégica.

Desenvolvimento com divisão lógica de ideias

O desenvolvimento é a espinha dorsal do artigo. Cada parágrafo deve trazer uma ideia nova, com progressão lógica e fluidez. O ideal é que os argumentos evoluam, um apoiando o outro.

Evite repetir a tese a cada parágrafo. Em vez disso, explore diferentes aspectos do tema, trazendo dados, jurisprudência, exemplos ou análises.

A divisão entre os parágrafos deve seguir uma ordem coerente. Introdução da ideia, aprofundamento, e conexão com a tese. Um argumento por vez, bem fundamentado.

Conclusão que reforça a posição e propõe reflexão ou solução

Na conclusão, retome a tese de forma reformulada. Não é hora de repetir tudo, mas de fechar com força. Um artigo jurídico não pode terminar como começou.

Essa é a parte do texto em que se mostra para que serviu a argumentação. O leitor deve sair com uma resposta, uma provocação ou uma proposta prática.

Quando possível, a conclusão pode apontar caminhos, sugerir reformas ou fazer uma crítica ética. O importante é que ela reafirme a posição do autor com firmeza.

Erros comuns na construção de argumentos

Termos como “periculum in mora” ou “ônus da prova” fazem sentido para juristas, mas não para o leitor comum. Usá-los sem explicação afasta o público e compromete a compreensão.

Um bom artigo traduz o Direito. Isso não significa empobrecer o conteúdo, mas comunicá-lo com clareza. A precisão jurídica deve caminhar junto da acessibilidade.

Falta de clareza sobre o público-alvo

Escrever sem saber para quem se escreve é um dos erros mais comuns. Um artigo para o Conjur é diferente de um texto para a Folha ou para o blog do escritório.

O nível de aprofundamento, a linguagem e os exemplos devem variar conforme o público. Sem essa adaptação, o texto corre o risco de não tocar ninguém.

Redundância e ausência de tese clara

Repetir as mesmas ideias com palavras diferentes não reforça a argumentação, enfraquece. A ausência de uma tese clara também gera confusão sobre o que está sendo defendido.

A força do artigo está na clareza: o que se quer dizer, por que se quer dizer, e como se sustenta isso. Sem uma tese bem definida, não há argumento.

Postura excessivamente neutra (sem posicionamento)

O artigo de opinião exige posicionamento. Textos que somente descrevem fatos ou apresentam “os dois lados” sem tomar partido não constroem autoridade.

O advogado deve mostrar sua visão, desde que bem fundamentada e responsável. Assumir uma posição não é arriscar a reputação, é consolidá-la.

Os artigos e a estratégia de marketing jurídico

Artigos de opinião bem escritos posicionam o advogado como autoridade no tema. Não basta dizer que entende, é preciso demonstrar domínio com argumentos sólidos.

Esse tipo de conteúdo gera confiança. Ao mostrar como pensa, o advogado aproxima o público e reforça sua imagem profissional.

Acesso a novos públicos por meio da mídia e do Google

Um artigo publicado em veículo de imprensa tem vida longa no Google. Ele pode ser encontrado meses depois da publicação por pessoas que buscam justamente o tema abordado.

Além disso, jornalistas, colegas e potenciais clientes passam a reconhecer o autor como referência. É um ponto de entrada para novos contatos.

Fortalecimento do nome profissional como referência na área

O artigo de opinião não é autopromoção. É demonstração pública de conhecimento e visão crítica. Com constância e qualidade, ele fortalece a reputação do autor.

Ao ocupar espaços de visibilidade com textos relevantes, o advogado deixa de ser só mais um nome no mercado. Ele se torna fonte, referência, liderança.

Conclusão

Dominar a argumentação em artigos de opinião, portanto, transcende a mera habilidade técnica para se tornar uma ferramenta estratégica na carreira jurídica moderna. A combinação equilibrada de ethos, pathos e logos constitui a base de textos verdadeiramente persuasivos que ampliam sua influência profissional além dos tribunais.

Além disso, o conhecimento aprofundado dos teóricos da retórica—desde Aristóteles até Perelman—fornece um arcabouço valioso para advogados que desejam aprimorar sua capacidade argumentativa. Este domínio retórico, quando bem aplicado, distingue o profissional no competitivo mercado jurídico atual.

A comunicação eficaz com o público leigo, aliás, representa não apenas uma oportunidade de marketing, mas também um compromisso com o letramento jurídico da sociedade. Ao traduzir conceitos complexos em linguagem acessível, você constrói pontes de confiança com potenciais clientes.

Certamente, a vigilância contra falácias argumentativas deve ser constante. A credibilidade conquistada com tanto esforço pode ser rapidamente comprometida por raciocínios inconsistentes ou apelos emocionais excessivos.

A persuasão, afinal, não se baseia em truques ou manipulações, mas na apresentação estruturada e ética de argumentos sólidos. Esta é a essência da verdadeira eloquência jurídica que resistiu ao teste do tempo desde os antigos tribunais gregos.

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