O marketing digital para advogados e a nova entrevista sobre a OAB-DF
Candidato à presidência promete flexibilização: "Não é possível que todas as profissões possam fazer propaganda e apenas os advogados não possam"
CÓDIGO DE ÉTICA DA OABNOTÍCIAS
Gandini Comunicação Jurídica
10/28/20245 min read
Em mais uma entrevista, agora ao Portal Metrópoles, um dos candidatos à presidência da OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Distrito Federal) voltou a defender que haja uma tratamento diferente para o marketing jurídico.
A promessa é de que seja feita essa defesa junto ao Congresso Nacional. O candidato ainda apontou a necessidade de os advogados receberem formação com relação ao marketing digital para advogados.
Como temos ressaltado aqui no blog, as discussões no Distrito Federal podem influenciar como o marketing digital para advogados é tratado em todo o país.
Vamos também relembrar o que é permitido e o que não permitido é hoje no marketing jurídico. Veja logo abaixo.
Entrevista ao Correio Braziliense
Na entrevista que já havia sido concedida ao Correio Braziliense, Everaldo Gueiros destacou a necessidade de mudanças na forma como a advocacia é tratada pela Ordem. A questão do marketing digital para advogados foi um dos pontos centrais da fala do candidato.
Segundo o candidato à presidência seccional, a OAB necessita rever as restrições impostas ao marketing jurídico, visto que outras profissões possuem maior liberdade para promover seus serviços.
"A Ordem tem vários instrumentos que poderiam ser usados, como a Escola Superior de Advocacia, oferecendo cursos práticos, além de cursos que privilegiam o empreendedorismo e o marketing jurídico. Aliás, nesse ponto, faço um parêntese: temos que rever essa questão do marketing jurídico, que ainda é muito restritivo", declarou na entrevista ao jornal.
Para o candidato "não é possível que todas as outras profissões possam fazer propaganda e apenas os advogados não possam".
Entrevista ao Portal Metrópoles
Agora na entrevista ao Portal Metrópoles, Gueiros defendeu a criação de bolsas da Escola Superior de Advocacia (ESA) para cursos práticos e de atualização nos principais ramos do direito e a realização de cursos para áreas como o marketing digital para advogados.
O candidato, também conhecido como "Vevé", prometeu fazer a defesa da flexibilização do marketing jurídico no Congresso Nacional caso seja eleito presidente da OAB-DF. “Hoje, nossa vida está nas redes sociais e nada mais justo que permitir que o advogado faça propaganda do seu trabalho. Advocacia é uma prestação de serviços. Sou completamente favorável ao marketing jurídico”, afirmou na entrevista.
Como temos observado aqui no blog, é importante que todos os advogados interessados no crescimento e na evolução de seu escritório fiquem atentos a discussão que tem ocorrido. Caso o candidato seja eleito para a presidência da OAB-DF, tal debate pode ganhar também força nacional.
Marketing jurídico: O que pode fazer
Vamos relembrar agora nosso guia sobre que tipo de marketing o advogado pode fazer sem infringir as normas da OAB. É totalmente possível que os escritórios utilizem o marketing digital para advogados com o objetivo de obter novos clientes.
O marketing jurídico deve ser feito de forma estratégica e por meio de conteúdo informativo para que não haja qualquer risco de a OAB o caracterizar como "autopromoção".
Confira a seguir.
Foco nas informações
Não há problema para a OAB que o advogado ou escritório de advocacia invista na criação e na divulgação de conteúdo, palestras e artigos. Contudo, ela deve ter um teor informativo ao invés de publicitário.
Mídias digitais
É totalmente permitida a presença do advogado ou do escritório nas redes sociais. Claro, ele não deve fazer nada nesses canais que desrespeite as normas do Código de Ética e Disciplina e Provimento 205/2021.
Atenção: A OAB não enxerga com bons olhos posts que relacionam a ostentação à profissão. Publicar bens materiais no sentido de que eles foram conquistados graças à advocacia não é uma boa ideia.
Mídia paga
A OAB permite o patrocínio ou impulsionamento em redes sociais. Contudo, eles não devem conter conteúdo publicitário como a oferta de serviços jurídicos.
Transmissões ao vivo
Não há problemas em realizar lives nas redes sociais e em plataformas de vídeo. Claro, o conteúdo transmitido deve estar de acordo com as normas do Código de Ética e Disciplina e do Provimento 205/2021.
Uso de robô de autorresposta
A utilização de chatbot é permitida para facilitar a comunicação ou melhorar a prestação de serviços jurídicos. Também não há restrição quanto ao uso de site para esclarecimento das primeiras dúvidas de um lead ou para o encaminhamento das primeiras informações ou documentos para ingressar com uma petição.
Marketing jurídico: O que não pode fazer
Agora que vimos as inúmeras possibilidades na atuação do marketing jurídico, é importante prestar atenção nas restrições que existem.
Essa é a melhor forma de você conquistar novos clientes ao mesmo tempo em que garante o cumprimento do código de ética e conduta profissional. Na dúvida, não deixe de contar com o apoio de uma agência de comunicação especializada.
Sem presentes e sem abordagem agressiva
A OAB proíbe que o advogado ou escritório de advocacia faça promoções mercantis a exemplo de ofertas, sorteios, frases persuasivas, promessas de ganhos financeiros, utilização da gratuidade como propósito de captação de clientes e o oferecimento de brindes.
Contar quem contrata os seus serviços
É proibido divulgar a sua lista de clientes como uma forma de fazer publicidade.
Vídeos chamativos
Outra proibição está em fazer anúncios ostensivos nas plataformas de vídeo.
Disparos em massa
É totalmente vedado o envio de cartas e comunicações conhecido como "mala direta", a menos que tenha sido previamente autorizado pela OAB. E o conteúdo da comunicação não pode ter teor publicitário.
Sem conteúdo patrocinado
Também é restrito pagar por publieditoriais ou outros conteúdos em veículos jornalísticos para promover o nome do advogado ou do escritório de advocacia.
Sem bom humor
Por fim, a OAB também proíbe a utilização de conteúdo que deprecie a advocacia. Isso vale até para a publicação de "memes", qualquer imagem ou vídeo em tom humorístico.
Conclusão
As entrevistas recentes permitem uma discussão importante sobre as limitações no marketing digital para advogados, apontando a necessidade de reavaliação das normas da OAB que regem a divulgação de serviços advocatícios.
Em um cenário onde a presença digital é cada vez mais importante para atrair clientes e construir uma reputação sólida, as restrições atuais impõem desafios, especialmente para jovens advogados que buscam se destacar no mercado. No entanto, é possível explorar estratégias permitidas, como a criação de conteúdo informativo e a utilização de redes sociais de forma ética e profissional.
Existem diversas possibilidades para o marketing jurídico, incluindo:
Foco nas informações: Criação e divulgação de conteúdo, palestras e artigos com teor informativo.
Mídias digitais: Presença nas redes sociais, desde que respeitem as normas da OAB.
Mídia paga: Patrocínio ou impulsionamento em redes sociais, sem conteúdo publicitário.
Transmissões ao vivo: Lives nas redes sociais e plataformas de vídeo, desde que sigam as normas da OAB.
Por outro lado, há restrições que é necessário se atentar:
Proibição de promoções mercantis e ofertas.
Restrição de pagar por publicações em veículos jornalísticos.
Proibição de conteúdo que deprecie a advocacia.
É fundamental que os advogados estejam atentos a essas regras e restrições para evitar problemas com a OAB. Além disso, a discussão sobre o marketing digital para advogados pode ganhar força nacional, dependendo do resultado das eleições para a presidência da OAB-DF.
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E se tiver interesse, leia também o nosso guia completo sobre a criação de sites para advogados.
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