A OAB-DF e o marketing digital para advogados [Entrevista recente]

Declaração de um dos candidatos à presidência da seccional traz discussão sobre as regras para a prática do marketing jurídico

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10/17/20245 min read

Fachada do prédio da OAB-DF
Fachada do prédio da OAB-DF

Em entrevista recente ao Correio Braziliense, um dos candidatos à presidência da OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Distrito Federal) levantou um debate importante sobre o marketing digital para advogados.

Ele destacou a necessidade de repensar as restrições impostas pela OAB quanto à divulgação dos serviços advocatícios, defendendo maior liberdade para os profissionais da área, assim como ocorre em outras profissões. A fala gerou interesse, especialmente entre os jovens advogados que buscam visibilidade na era digital.

Esse tema é relevante, pois muitos profissionais se perguntam que tipo de marketing o advogado pode fazer sem infringir as regras da Ordem. Afinal, o que a OAB permite no marketing jurídico e até onde vão essas limitações?

Saiba mais a seguir sobre a entrevista e também entenda tudo o que é permitido no marketing digital para advogados.

A entrevista

Em recente entrevista ao Correio Braziliense, um dos candidatos à presidência da OAB-DF destacou a necessidade de mudanças na forma como a advocacia é tratada pela Ordem. A questão do marketing digital para advogados foi um dos pontos centrais da fala do candidato.

Segundo Everardo Gueiros, a OAB necessita rever as restrições impostas ao marketing jurídico, visto que outras profissões possuem maior liberdade para promover seus serviços.

"A Ordem tem vários instrumentos que poderiam ser usados, como a Escola Superior de Advocacia, oferecendo cursos práticos, além de cursos que privilegiam o empreendedorismo e o marketing jurídico. Aliás, nesse ponto, faço um parêntese: temos que rever essa questão do marketing jurídico, que ainda é muito restritivo", declarou na entrevista ao jornal.

Para o candidato "não é possível que todas as outras profissões possam fazer propaganda e apenas os advogados não possam".

É importante que todos os advogados interessados no crescimento e na evolução de seu escritório fiquem atentos a essa discussão no Distrito Federal. Caso o candidato seja eleito, tal debate pode passar a ter mais visibilidade a nível nacional.

Há uma dúvida comum sobre que tipo de marketing o advogado pode fazer sem infringir as normas da OAB. Afinal, as regras atuais ainda limitam significativamente a atuação dos profissionais de advocacia na divulgação de seus serviços? E essa limitação traz prejuízo especialmente à jovem advocacia?

Marketing jurídico: O que pode fazer

Aproveitando esse fato recente, vamos relembrar aqui como no blog como é totalmente possível que os escritórios utilizem o marketing digital para advogados com o objetivo de obter novos clientes. Contudo, isso necessita ser feito de forma estratégica.

Veja a seguir.

Foco nas informações

Não há problema para a OAB que o advogado ou escritório de advocacia invista na criação e na divulgação de conteúdo, palestras e artigos. Contudo, ela deve ter um teor informativo ao invés de publicitário.

Mídias digitais

É totalmente permitida a presença do advogado ou do escritório nas redes sociais. Claro, ele não deve fazer nada nesses canais que desrespeite as normas do Código de Ética e Disciplina e Provimento 205/2021.

Atenção: A OAB não enxerga com bons olhos posts que relacionam a ostentação à profissão. Publicar bens materiais no sentido de que eles foram conquistados graças à advocacia não é uma boa ideia.

Mídia paga

A OAB permite o patrocínio ou impulsionamento em redes sociais. Contudo, eles não devem conter conteúdo publicitário como a oferta de serviços jurídicos.

Transmissões ao vivo

Não há problemas em realizar lives nas redes sociais e em plataformas de vídeo. Claro, o conteúdo transmitido deve estar de acordo com as normas do Código de Ética e Disciplina e do Provimento 205/2021.

Uso de robô de autorresposta

A utilização de chatbot é permitida para facilitar a comunicação ou melhorar a prestação de serviços jurídicos. Também não há restrição quanto ao uso de site para esclarecimento das primeiras dúvidas de um lead ou para o encaminhamento das primeiras informações ou documentos para ingressar com uma petição.

Marketing jurídico: O que não pode fazer

Agora que vimos as inúmeras possibilidades na atuação do marketing jurídico, é importante prestar atenção nas restrições que existem.

Essa é a melhor forma de você conquistar novos clientes ao mesmo tempo em que garante o cumprimento do código de ética e conduta profissional. Na dúvida, não deixe de contar com o apoio de uma agência de comunicação especializada.

Sem presentes e sem abordagem agressiva

A OAB proíbe que o advogado ou escritório de advocacia faça promoções mercantis a exemplo de ofertas, sorteios, frases persuasivas, promessas de ganhos financeiros, utilização da gratuidade como propósito de captação de clientes e o oferecimento de brindes.

Contar quem contrata os seus serviços

É proibido divulgar a sua lista de clientes como uma forma de fazer publicidade.

Vídeos chamativos

Outra proibição está em fazer anúncios ostensivos nas plataformas de vídeo.

Disparos em massa

É totalmente vedado o envio de cartas e comunicações conhecido como "mala direta", a menos que tenha sido previamente autorizado pela OAB. E o conteúdo da comunicação não pode ter teor publicitário.

Sem conteúdo patrocinado

Também é restrito pagar por publieditoriais ou outros conteúdos em veículos jornalísticos para promover o nome do advogado ou do escritório de advocacia.

Sem bom humor

Por fim, a OAB também proíbe a utilização de conteúdo que deprecie a advocacia. Isso vale até para a publicação de "memes", qualquer imagem ou vídeo em tom humorístico.

Conclusão

A entrevista ao Correio Braziliense levantou um debate essencial sobre as limitações no marketing digital para advogados, apontando a necessidade de reavaliação das normas da OAB que regem a divulgação de serviços advocatícios.

Em um cenário onde a presença digital é cada vez mais importante para atrair clientes e construir uma reputação sólida, as restrições atuais impõem desafios, especialmente para jovens advogados que buscam se destacar no mercado. No entanto, é possível explorar estratégias permitidas, como a criação de conteúdo informativo e a utilização de redes sociais de forma ética e profissional.

Compreender o que a OAB permite no marketing jurídico é um passo crucial para os escritórios de advocacia que desejam aproveitar o marketing digital sem infringir as regras da profissão. Embora promoções mercantis e publicidade direta sejam proibidas, a Ordem permite que os advogados utilizem ferramentas de marketing, desde que o conteúdo seja educativo e respeite os limites do Código de Ética e Disciplina.

Estratégias como a publicação de artigos, realização de palestras e lives, além do uso de mídia paga para impulsionar esse tipo de conteúdo, podem ser valiosas para fortalecer a imagem do advogado sem transgredir as normas.

Esse debate sobre as restrições da OAB no marketing jurídico é de extrema relevância e pode indicar uma futura flexibilização das normas. A evolução das práticas de marketing na advocacia, quando alinhada a padrões éticos, tem o potencial de abrir novas oportunidades para os profissionais, ajudando-os a se conectar com o público de forma estratégica e transparente.

Caso essa reavaliação ganhe força, a advocacia poderá contar com um cenário mais dinâmico e adaptado à era digital, mantendo a integridade da profissão e promovendo um ambiente competitivo mais justo.

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