Landing page para advogados: Entenda as regras da OAB

Confira um guia completo sobre como utilizar páginas de destino no marketing jurídico sem infringir as normas da Ordem dos Advogados do Brasil

OUTBOUND MARKETINGGOOGLE ADSLANDING PAGES

Mylena Cristina, webmaster e gestora de tráfego

10/4/202510 min read

Ilustração com landing page sendo projetada em celular
Ilustração com landing page sendo projetada em celular

O marketing jurídico tem ganhado cada vez mais espaço no Brasil com a ascensão das ferramentas digitais. Estar presente no ambiente online é muito importante para advogados e escritórios de advocacia.

Aqui falamos de uma demanda cada vez mais presente de se manter competitivo e próximo de potenciais clientes. No entanto, sabemos que a publicidade na advocacia é um tema delicado. Existe uma linha tênue entre a divulgação informativa e a captação irregular de clientela.

É nesse contexto que surgem as landing pages, páginas específicas criadas para direcionar usuários a uma ação. Embora comuns em outros segmentos, no universo jurídico, elas exigem atenção redobrada. Isso porque a OAB possui regras próprias que regulam a forma como os advogados podem se apresentar ao público.

O guia voltado a landing pages para advogados que você lerá a seguir busca demonstrar como é comum que não se saiba que até mesmo detalhes simples como a escolha de um botão, a redação de uma frase ou o uso de depoimentos podem ser interpretados como publicidade irregular.

O desafio está em conciliar a eficácia do marketing para advogados com os limites da regulamentação. Enquanto outros setores usam abordagens agressivas, o maior seguro é o advogado priorizar credibilidade e confiança.

Continue lendo e entenda melhor.

O que é uma landing page para advogados?

Primeiramente, é importante explicarmos que uma landing page é uma página criada com um propósito único: levar o usuário a realizar uma ação específica.

Em vez de apresentar várias informações, como acontece em um site institucional, a LP concentra a atenção do visitante em um ponto central. Na advocacia, esse ponto pode ser o preenchimento de um formulário, o agendamento de uma consulta ou o acesso a um material educativo.

A principal característica da landing page é a objetividade. O design, os textos e os botões são pensados para guiar o usuário de forma simples, eliminando distrações. Cada elemento é colocado de maneira estratégica para que a navegação seja rápida e intuitiva. Assim, o visitante encontra exatamente o que procura e é direcionado ao próximo passo.

No mercado advocatício em geral, as landing pages são muito usadas para campanhas pagas no Google Ads, Meta Ads e LinkedIn Ads. Isso porque, em vez de levar o usuário a um site cheio de informações, a campanha o direciona diretamente para uma página que responde à sua necessidade imediata. Esse raciocínio também pode ser aplicado na advocacia, desde que os cuidados éticos sejam respeitados.

Entenda: A LP não é sinônimo de propaganda agressiva. Quando bem elaborada, ela pode ser um espaço educativo, que apresenta informações úteis sobre direitos e deveres, além de mostrar a seriedade do escritório. Em outras palavras, uma landing page não precisa ser uma vitrine de vendas, mas sim uma ponte entre o advogado e a pessoa que precisa de orientação.

Outro ponto fundamental é que a landing page não substitui o site institucional. Enquanto o site apresenta a trajetória do escritório, áreas de atuação e informações completas, a LP é complementar, com foco em campanhas e ações específicas. Portanto, ambas podem coexistir de forma estratégica, desde que alinhadas às regras da OAB.

Assim, compreender o conceito de landing page é o primeiro passo para evitar erros comuns. Muitos advogados acabam copiando modelos de outros setores, mas esquecem que, no direito, a ética deve estar sempre em primeiro lugar.

Publicidade x captação de clientes na advocacia

O Código de Ética e Disciplina da OAB estabelece limites claros para a publicidade na advocacia. A divulgação é permitida, mas precisa ser informativa, sóbria e discreta. A linha que separa o que é permitido do que é proibido está justamente na forma de abordagem: é vedado o caráter mercantil e a promessa de resultados.

Isso significa que o advogado pode informar sua área de atuação, disponibilizar conteúdos educativos e até explicar quais serviços jurídicos oferece. Contudo, ele não pode usar a publicidade como forma de induzir diretamente a contratação, nem garantir êxito em uma causa. Essa diferenciação é essencial quando se fala em landing pages.

Em uma LP, por exemplo, é permitido colocar um formulário para contato, mas o texto que o acompanha deve ser objetivo e neutro. Em vez de frases como “Resolva seu problema agora mesmo” ou “Não perca dinheiro com processos”, é preferível usar chamadas como “Agende uma consulta” ou “Entre em contato para mais informações”.

A OAB também orienta que não se façam comparações com outros escritórios ou profissionais, pois isso configura concorrência desleal. Portanto, nada de frases como “somos os melhores” ou “atendimento mais rápido que o da concorrência”. A publicidade deve sempre reforçar a credibilidade, não a disputa de mercado.

Outro aspecto importante é que a publicidade jurídica deve ter caráter educativo. Uma landing page que explica direitos trabalhistas, por exemplo, está em conformidade desde que não haja promessa de resultado. Essa postura educativa é a chave para unir marketing digital e ética.

Em resumo, a OAB permite o uso de estratégias modernas como as LPs, mas exige que elas sejam adaptadas à realidade da advocacia. O foco deve estar em informar, esclarecer e aproximar o cliente em potencial, sem jamais tratar a profissão como simples mercadoria.

O que a OAB permite em uma landing page?

Ao estruturar uma landing page, o advogado pode utilizar uma série de elementos que se enquadram nas normas da OAB. O primeiro deles é a identificação profissional: nome completo, número de inscrição na OAB e endereço de contato. Isso reforça a transparência e a seriedade.

Também é permitido descrever as áreas de atuação do escritório. Essa descrição deve ser clara, mas sem exageros ou termos apelativos. Por exemplo, é aceitável indicar “Direito Trabalhista” ou “Direito Civil”, mas não “O melhor advogado trabalhista da região”.

Outro recurso importante é o conteúdo informativo. A LP pode apresentar artigos, guias ou materiais que ajudem o público a compreender seus direitos. Isso agrega valor ao visitante e fortalece a imagem do escritório como referência técnica.

E e formulários de contato também são aceitos, desde que não induzam a contratação imediata. O ideal é usar chamadas como “Deixe seus dados para entrarmos em contato” ou “Agende uma conversa com nossa equipe”. A linguagem deve ser sempre neutra e respeitosa.

Botões de chamada para ação (CTA) podem ser incluídos, mas também precisam seguir o mesmo princípio. Em vez de “Garanta seu direito agora”, opte por “Saiba mais sobre sua situação”. Pequenas mudanças de linguagem fazem grande diferença para manter a página ética.

Por fim, o design visual pode conter imagens institucionais, fotos profissionais e elementos gráficos discretos. Não há restrição quanto ao uso de recursos visuais, desde que transmitam seriedade, elegância e sobriedade. Em outras palavras, a landing page pode ser moderna e atrativa, mas sempre respeitando a imagem da advocacia como profissão de confiança e responsabilidade.

O que a OAB proíbe em uma landing page?

Um dos principais pontos a serem evitados em uma landing page voltada à advocacia é a promessa de resultado. Frases como “causa ganha garantida” ou “indenização imediata” não apenas violam as normas da OAB, como também colocam em risco a credibilidade do escritório.

Entenda: O direito é complexo e cada caso possui particularidades, sendo impossível assegurar um desfecho específico. Esse tipo de mensagem, além de antiético, pode ser caracterizado como publicidade enganosa.

Outro erro grave é a divulgação de valores de honorários diretamente na LP. Diferente de outros setores, em que preços claros são vistos como transparência, na advocacia essa prática é considerada mercantilista e fere o princípio da dignidade profissional. A definição de honorários deve ser feita em contato direto com o cliente, respeitando cada situação concreta e, sempre que aplicável, a tabela da OAB.

Confira abaixo diversos outros erros a serem evitados:

  • Também é necessário evitar depoimentos de clientes que induzam à ideia de sucesso certo. Embora comuns em outros nichos de mercado, esses relatos podem ser interpretados como promessa de resultado. Na advocacia, a experiência de um cliente não garante que outro terá o mesmo desfecho, e utilizar esse tipo de argumento pode ser considerado antiético e enganoso.

  • As comparações diretas com outros escritórios ou advogados também são proibidas. Não é permitido usar frases como “somos mais rápidos que a concorrência” ou “o melhor escritório trabalhista da região”. Além de antiéticas, essas comparações configuram concorrência desleal, ferindo o princípio da lealdade profissional.

  • Outro ponto a ser evitado é o uso de linguagem sensacionalista ou emocionalmente apelativa. Termos como “não perca tempo” ou “garanta seus direitos antes que seja tarde” podem soar como gatilhos de urgência, mas destoam do caráter sério da advocacia. A comunicação deve sempre prezar pela clareza, objetividade e sobriedade, transmitindo confiança em vez de manipular emoções.

  • Por fim, é recomendável não exagerar em recursos visuais chamativos, como pop-ups agressivos, banners piscando ou vídeos que forcem o visitante a assistir antes de acessar o conteúdo. Essas práticas, comuns em marketing comercial, não se alinham à postura que a advocacia exige e podem prejudicar a imagem de seriedade que o público espera de um advogado.

Outras dicas para landing pages de advogados e a OAB

Para finalizarmos este guia, trazemos ainda outros pontos que devem ser alvo de atenção. Veja abaixo:

  • O design de uma landing page jurídica deve transmitir profissionalismo, confiança e sobriedade. Isso significa que cores muito vibrantes, tipografias extravagantes e elementos exageradamente chamativos devem ser evitados.

  • A preferência deve ser por tons neutros, combinações sóbrias e tipografias de fácil leitura, que transmitem seriedade. Uma boa escolha visual reforça a percepção de autoridade e garante que o visitante associe a página a uma prática jurídica responsável.

  • A linguagem utilizada na LP também é um ponto fundamental. Ela deve ser clara, objetiva e livre de expressões que possam soar como promessa de resultado ou venda agressiva. Em vez de criar frases apelativas, o advogado deve optar por mensagens que informem e orientem. Exemplos como “Entenda seus direitos trabalhistas” ou “Saiba como funciona o processo de divórcio” cumprem o papel educativo sem ultrapassar os limites éticos.

  • Outro aspecto importante é a organização da informação. Uma landing page confusa, com excesso de texto ou imagens, pode afastar o visitante e transmitir a sensação de amadorismo. Por isso, é recomendável estruturar a página em blocos bem definidos, com títulos claros, resumos explicativos e chamadas discretas para o próximo passo. Essa abordagem facilita a leitura e valoriza a experiência do usuário.

  • O uso de aviso de responsabilidade (disclaimer) pode ser um diferencial importante. Em páginas que oferecem conteúdos educativos, incluir uma nota dizendo que o material não substitui uma consulta jurídica formal mostra seriedade e compromisso com a ética. Esse cuidado demonstra que o advogado respeita os limites da profissão e não está oferecendo soluções automáticas para problemas complexos.

  • Além disso, a LP deve priorizar a usabilidade. Isso significa que o visitante precisa conseguir navegar facilmente, identificar rapidamente as informações e encontrar o formulário de contato sem esforço. Páginas responsivas, que se adaptam bem a celulares e tablets, também são indispensáveis, já que grande parte dos acessos acontece via dispositivos móveis.

  • E a união de design sóbrio e linguagem adequada não só garante a conformidade com as regras da OAB, como também reforça a credibilidade do advogado. Uma landing page bem construída passa a imagem de profissionalismo e aumenta a confiança do potencial cliente, mostrando que a advocacia pode sim se beneficiar do marketing digital, desde que de forma ética.

Conclusão

As landing pages para advogados representam uma das ferramentas mais eficientes do marketing digital para gerar proximidade entre advogados e potenciais clientes.

No entanto, como vimos, o uso desse recurso precisa ser cuidadosamente planejado dentro das regras estabelecidas pela OAB. Não se trata apenas de cumprir formalidades, mas de proteger a imagem do escritório e fortalecer a confiança do público na advocacia.

Ao longo deste artigo, destacamos os elementos permitidos, como a identificação profissional, áreas de atuação, conteúdos educativos e formulários discretos. Também apontamos os aspectos que devem ser evitados, incluindo promessas de resultado, divulgação de honorários, depoimentos de clientes e comparações com concorrentes. Todos esses cuidados ajudam a manter a sobriedade e a ética exigidas pela profissão.

O design e a linguagem também foram discutidos como fatores determinantes para o sucesso de uma LP jurídica. Enquanto o mercado em geral aposta em estratégias chamativas, na advocacia a discrição é o verdadeiro diferencial. Isso não significa abrir mão da atratividade, mas sim adaptar a comunicação para que seja compatível com a seriedade da profissão.

Respeitar as regras da OAB não é apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de se diferenciar positivamente no mercado. Uma landing page ética transmite confiança, valoriza a marca do escritório e contribui para a construção de autoridade no ambiente digital. Além disso, garante tranquilidade ao advogado, que pode investir em marketing sem receio de sofrer sanções disciplinares.

Portanto, ao criar uma LP, cada detalhe importa: o tom do texto, as imagens utilizadas, a cor dos botões e até mesmo as palavras escolhidas para chamar o usuário à ação. Essa atenção garante que o advogado não só respeite os limites éticos, mas também conquiste resultados consistentes no médio e longo prazo.

Em resumo, as landing pages podem ser grandes aliadas na advocacia, desde que usadas de forma correta. O segredo está em unir estratégia digital com ética profissional, transformando a página em um espaço de informação, confiança e aproximação genuína com quem busca orientação jurídica.

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